
Caminhar pelo centro é muito revigorante. Você observa o vento batendo nas folhas das árvores que balançam próximas à feira de natal que está farta de decorações, comida, bom humor e luzes. Entre as barracas pode ser observado um ou outro mendigo catando restos de comida nos lixos para morrer de verminose, ao invés de fome.
Um dos bairros mais nobres de Curitiba, onde você só encontra pessoas luxuosas dirigindo seus carros importados em direção aos barzinhos mais badalados da cidade e, ao lado, um catador de papel gerando um congestionamento para deixar o seu carrinho em pé antes que algum outro catador roube o seu sustento diário.
É nessas horas que eu paro e penso; "Por que eu reclamo tanto dos meus problemas se eu sei que existem pessoas em condições muito piores que a minha? Por que eu sou tão egoísta a ponto de ignorar a existência de um ser humano que passa ao meu lado, faminto e infeliz?". Por que eu tenho medo da verdade, me escondo e a escondo. E sei que não sou a única a fazer isso. O homem do Mustang talvez não saiba, mas ele também tem parte da culpa, parte da culpa por não se dar conta que esta sendo mais medíocre que a formiga caminhando pela pedra. Por que uma formiga não menospreza outra formiga por esta ter uma perna a menos.
E não adianta eu falar tudo isso e não fazer nada, mas também não adianta eu não falar e fazer algo, pois a minha ajuda pode fazer diferença por um tempo, mas depois será esquecida em um livro de história velho e empoeirado, esquecido em uma estante da biblioteca que ninguém sabe o nome.
Vale mesmo a pena fazer alguma coisa? Vale a pena acreditar em alguma coisa que não vai poder te ajudar nunca sem que você arranque um pedaço de você mesmo para doar ao próximo?
Bah, que bom que as aulas estão acabando.
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o post mais incrível de todos os tempos!
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