27 janeiro, 2009

Faça seus sonhos de papel machê.

Bam, bam, bam. Ela se estressa, não quer abrir a porta as quatro da manhã.
Bam, bam, bam. Espere, isso não vem da minha sala.
Bam, bam, bam. Marteladas que parecem ecoar dentro da sua cabeça.
Ei. E é dentro da sua cabeça.
Voando para uma mente inimaginavelmente limitada, onde os bons costumes e conservadorismo andam livres, acorrentando a verdadeira vida que está atrás das sombras de um passado fútil. Ela pode não saber, mas nunca foi feliz, por falta de um ato notável.
Olhar com os olhos.
Sempre viu com a razão, com o cérebro, com a ganância, como se os seus olhos não tivessem um sentido muito claro, simplesmente... focar em coisas frias e vazias que pareciam mostrar a essência do seu viver.
Agora, em seu leito de morte ela percebe que a felicidade que ela tanto procurava não passava de uma caça ao tesouro que durou exatamente 85 anos, 2 meses, 25 dias, 8 horas, 17 minutos e 2 segundos.
Quem diria que, ao observar do alto o seu corpo fétido em trajes de gala fariam com que ela começasse a olhar ao fundo de tudo. Como se a vida tivesse lhe dado mais uma chance, mas não no mesmo corpo, não nessa encarnação, não para os homens.

1 Copos(s):

fernanda disse...

"Como se a vida tivesse lhe dado mais uma chance, mas não no mesmo corpo, não nessa encarnação, não para os homens. "

aí complicou :S