Capítulo 4.

Dessa vez a jornada não foi muito longa. Os dois foram conduzidos a uma mesa onde tinha uma senhora quase coberta por papéis. "Obrigada Koshir. Eu cuido deles.", sorriu a idosa para o suposto indiano. Ela levantou-se agilmente para sua idade e olhou fixo para os dois. Aparentava ter uns oitenta anos; Cabelos prateados, pele enrugada e olhos verdes. Estava com um vestido azul claro e não usava sapatos. Possuía uma voz maternal.
-Creio que vocês têm muitas perguntas a fazer, tanto para mim quanto para vocês mesmos -Falou pacientemente -Quero deixar bem claro que não sei de tudo e sou tão desinformada como a grande maioria aqui, mas posso lhes ajudar. Meu nome é Judith e já desisti de contar a minha idade.
O lugar que vocês estão é onde todos deveriam ir epois de um certo tempo, mas infelizmente só aqueles que souberam o que é a vida vieram para cá, e são poucos, muito poucos. Obviamente isto é uma biblioteca, onde possui as biografias daqueles que quiseram escrevê-las aqui, a mão.
-Muito interessante -Interrompeu Carmen -Mas estou sem paciência para ler e preciso sair daqui, tenho uma vida, sabe?
-A sua vida é aqui, agora, minha cara. Você precisa entender que o mundo já precisou do seu auxílio, mas agora é a vez de dar lugar aos outros. Agora é a vez de refletir sobre uma vida inteira, se foi desperdiçada ou não. Meu bom homem, peço que fale com aquele menino de laranja naquela poltrona de couro, preciso levar esta moça para um lugar muito importante.
O companheiro de Carmen estava apavorado e intrigado e, sem dizer uma palavra, foi ao encontro do menino, enquanto Judith levava a mulher para outro lugar. Estavam indo para o outro lado do salão. Carmen as vezes achava que via alguém conhecido, mas devia ser coisas da sua cabeça.
Desta vez não pararam na frente de uma porta de Carvalho, mas sim em de um monolito de metros de altura. O grande objeto era tão escuro que parecia não ser real. Não havia desenhos, não havia cheiro de nada.
-Para onde você está me levando?
-Para o século 21, querida. Disse a senhora.