Capítulo 14.

Aaron estava voltando de sua estante quando viu uma pessoa no chão, achou que alguém tinha desmaiado, mas começou a ouvir soluços. Apressou o passo porém nao conseguia se orientar, pois a única coisa que mudava naquele ambiente eram as fotos. O barulho parou e o corpo sumiu.
Não queria um ombro amigo ou água, queria seu mundo de volta, aquilo que conhecia como realidade. Sabia que todos iam dizer que morreu e foi para o paraíso, mas não se conformava, não estava pronta para uma eternidade monótona. Quase saindo do salão vazio, se deparou com uma estante que possuía um livro, observou a foto da autora e começou a analisar; Uma mulher aparentemente com 30 anos, loira, olhos claros e um belo sorriso. "Depois leio este, preciso terminar o do garoto.", pensou Carmen e foi para o salão principal.
"Já estava cansado de fazer o mesmo caminho todos os dias para o trabalho de minha mãe. Queria viajar denovo, eu precisava respirar ar puro, novo, inóspito, minha cabeça não parava de girar desde que cheguei nesta cidade que muitos consideram um paraíso. Antes de ir ao correio, mais uma vez li a carta:
'Querida,
Arrumei um emprego, quando possível viajarei praí, espero que o Carvalho continue inteiro assim como a sua doçura.'
Sabia que ela não iria me responder, mas mesmo assim eu me sentia bem, descarregando um peso que não sairá por completo e continuará me seguindo, mesmo que seja nas profundezas do inferno. Mas minha infelicidade ia passar, por um breve momento."
-Querida?